segunda-feira, 24 de maio de 2010

O parto hospitalar pode ser humanizado

Ontem tivémos a experiência de um nascimento muito lindo que aconteceu na Maternidade de São Carlos. Vou começar pelo começo. Começamos a doular um casal aqui de Araraquara e eles buscavam um parto humanizado hospitalar. O obstetra que os acompanhava foi muito claro em dizer que para eles seria impossível ter o parto como desejavam no que dependesse dele. No hospital, encontraram o mesmo obstáculo e não poderiam ter a presença das doulas que os acompanhavam. O pediatra também lhes disse que todos os procedimentos invasivos que estavam no protocolo do hospital seriam feitos em seu bebê. O pai nos disse que se sentia naquele momento se preparando pra uma batalha. Foi quando tivémos a idéia de indicar a eles a obstetra de São Carlos, a Dra Carla. Como o plano deles possibilitava essa opção, foram prontos em marcar a consulta. Tiveram todo o apoio da Carla, que os indicou também uma pediatra humanizada e os levou a pra visitar a maternidade. Voltaram de lá encantados. Bem, na madrugada de sábado pra domingo, ela estava com 38 semanas, me ligou que a bolsa estava rota e as contrações haviam começado bem fortes. Fui pra casa dela mais ou menos as 4 horas. Tentei um pouco de massagem, caminhamos, mas as contrações  estavam próximas, longas e bem fortes. Ligamos pra a Carla e ela disse que poderíamos seguir pra maternidade em São Carlos quando a gestante achasse que estava na hora. Liguei também pra Rô, e por volta das 5 e meia lá fomos nós pela estrada. Foi um trajeto curto, de apenas meia hora, mas muito difícil pra gestante, que estava em trabalho de parto efetivo. Chegando em São Carlos, foi quase como um sonho. Entramos na maternidade onde fomos recebidos com muita tranquilidade, a enfermeira de plantão examinou-a e disse que estava com 8 cm. Ela foi levada pro quarto, onde recebeu toda a atenção necesspária e teve sua privacidade respeitada. Ficamos todos com ela, eu, a Rô e o marido. A Carla chegou, sentou-se junto com ela e ficamos esperando e deixando que ela se acomodasse de acordo com o seu instinto. Logo que a banheira ficou cheia, ela e o marido quiseram entrar. O bebê foi chegando aos poucos. Toda a equipe só ficou junto e não atrapalhou. Quando nasceu, mãe, pai e bebê foram deixados a sós até o cordão parar de pulsar. Após o corte do cordão, a pediatra pegou o bebê para examinar. O pai e a mãe ficaram juntos o tempo todo e não foi feito nem aspiração, nem aplicação de colíriode nitrato de prata. Apenas um pouco do vérnix foi retirado e o bebê voltou para os braços da mãe. O parto foi tranquilo e respeitado. A família ficou realizada e a Carla foi maravilhosa. Agora sim acredito que se as pessoas que trabalham com nascimento se abrirem á humanização, poderemos sim, ter partos humanziados dentro dos hospitais.

Um comentário:

Carla disse...

Muito bom ter vocês por aqui, espero que aconteça de novo em breve!!
Beijos ocitocinados.