segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Querido Bebê...



Quando descobri que estava grávida, pensei que teria uma gestação super tranqüila. Já tinha a amizade das duas doulas que me acompanhariam no parto, já estava bem informada de como queria que fosse o parto, já estava por dentro de algumas coisas, que na primeira gravidez são mistérios. Enfim, já me sentia mais madura e bem-acompanhada!


Por motivos externos, acabei tendo um ritmo frenético durante a maior parte da gravidez e acabei focando tanto a minha atenção no parto em si, que a gravidez ficou meio que em segundo plano. Não tive o tempo e a disposição que eu queria para curtir a barriga. Tudo parecia tão longe, o parto parecia longe... mas eis que hoje me vejo no dia 02 de janeiro! Chegou a tão esperada data provável do parto!

Tudo o que vi, senti, planejei, esperei, organizei já se foi, já está pronto e eu estou aqui, do mesmo jeito, barriguda e pensando: “quando será que você vai querer sair e vir para os meus braços?” Como tudo o que tinha para fazer já está feito (ou deveria estar), me permiti relaxar, divagar. Já estou há alguns dias num “universo distante”, mas agora entrei no meu universo interior, me voltei para mim e estou apenas nessa ligação intensa com meu bebê.

Não há maior ligação entre duas pessoas do que a que há entre a mãe e o filho durante a gestação. Tudo o que sou também se torna dele, tudo o que sinto, reflete nele... e senti-lo mexer aqui dentro, como se estivesse mostrando: “olha mamãe, estou aqui!”... meu Deus!

Como é gratificante, como é mágico, é perfeito; não sei dizer, não tenho palavras suficientes para dizer o que é sentir essa ligação. Como é possível pensar que pouco mais de nove meses atrás eu era uma e agora somos dois (ou duas?). Não consigo imaginar o que seja isso e, pra ser honesta, não quero. Eu amo essa mágica, esse mistério que envolve a gravidez. Hoje mesmo posso estar parindo... ou não! Ou amanhã, ou depois. Não importa, faz parte da mágica. Não sabemos o que o mágico irá tirar da cartola e nos encantamos quando vemos o que aconteceu.

Pra mim, o parto é assim. Não sei quando será, não sei o sexo, não sei como vou estar... só me entrego. E é assim que estou hoje: não me sinto mais em dois... sou uma só, sou só meu filho. Estou toda entregue a ele, só esperando que ele venha para mim, para nos tornarmos dois novamente.

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