quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Relato do nascimento de Flora, filha de Michelle e Keffin, irmã de Kauã


Foi pouquíssimo tempo de uma dor intensa, a respiração e os exercícios na bola ajudaram muito, meu corpo que era conduzido só por instintos, sentia muita necessidade de beber água os sons e vozes pareciam longes...

A mão do meu companheiro estava lá o tempo todo como suporte, eu sentia ele ali mesmo parecendo que eu não estava tão presente neste mundo... A única coisa que eu ouvi muito bem foi a voz do meu pequeno príncipe que dizia que ia dar tudo certo, que eu era forte...

De repente com toda minha força ergui-me para fora d'agua (que foi imprescindivel) e de dentro de mim (praticamente no colo do pai) saiu para mundo minha Flor... Flora! Sentada na água olhei para aquele ser que me fitava... Sem dores, exausta pela imensa viagem que fiz junto de minha mocinha, decidi que já podia descansar... às 8h25 min do dia 12 de julho de 2012 senti incríveis sensações.

Sensações que fico desejando sentir novamente  em minhas lembranças para ver as possibilidades de conseguir compreender esta capacidade divina de gerar e parir um ser humano.

Mas esta história começou muito antes com um deslocamento ovular e 40 dias de cama, acompanhada até as 35 semanas de gravidez como uma cardiopata que precisaria de anestesia para parir e de todos os exames para garantir que este coração não traria surpresas desagradáveis...

Mas... Não gostamos do caminho mais curto... Aqui em casa vibramos em outras freqüências e mesmo sem muitas intenções ou conhecimentos prévios, com 36 semanas começamos um outro pré natal, quase que de forma intuitiva... este, humanizado, com carinho na recepção, acolhida de sentimentos, instruções imparciais Sempre discutidas...

Me preparei com aulas de yoga e muita respiração e o imprescindível livro da Janet Balaskas...

Sendo cardiopata jamais eu poderia correr o risco de parir sem anestesia... Mas foi assim que fizemos, de forma natural, respirando e suportando uma dor natural que vai embora na mesma velocidade que chega.

Todos os necessários cuidados foram tomados, contudo um pouco de calma ajudou-me a parir de forma mais natural.

O sentimento de paz que me invadiu é o mesmo que desejo a todas as mulheres... Vale a pena.

Desejo que todas tenham a possibilidade de decidir de forma livre sobre suas vidas, desejo que encontrem companheiros dedicados como o meu, desejo que possam ter a possibilidade de estar com uma equipe preparada e especial como a que esteve comigo...

Que possam todas trazer ao mundo de forma natural mais esperança.


Michelle Ribeiro,  mãe do Kauã de 6 anos nascido de parto normal nada natural no HC em SP.

Mãe da Flora de 6 meses nascida naturalmente na casa de parto em São Carlos- SP.

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