segunda-feira, 16 de setembro de 2013

SOLIDÃO E NASCIMENTO


Olhar para uma cesárea, para a solidão e abandono em que ficam a mãe e o filho e pensar que mais de 50% dos nossos bebês estão nascendo assim aqui no Brasil. Me faz pensar no futuro destas crianças. Uma criança que chega ao mundo de forma violenta, é acolhida com brutalidade, deixada longe da mãe, poderá ser um adulto perfeitamente equilibrado e feliz?

  "Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência." (estatuto da criança e do adolescente)

Será que se nossas crianças pudessem escolher, escolheriam essa forma de nascer?  Será que se as mulheres fossem bem informadas e acolhidas durante o pré-natal, elas escolheriam uma cirurgia para trazer os filhos ao mundo?

Artigo XII
     "   Ninguém será sujeito a interferências na sua vida privada, na sua família, no seu lar ou na sua correspondência, nem a ataques à sua honra e reputação. Toda pessoa tem direito à proteção da lei contra tais interferências ou ataques." (declaração universal dos direitos humanos)

Além da solidão e da falta de acolhimento, os bebês são expostos a procedimentos burros e desnecessários, mesmo quando os pais desejam o contrário.


"Art. 70. É dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou violação dos direitos da criança e do adolescente" (estatuto da criança e do adolescente)

Será que os obstetras e pediatras levam em conta esse direito?

Todos os dias, centenas de mulheres são roubadas do seu direito de parir. Bebês nascem na hora mais conveniente para as instituições e para as agendas dos obstetras.Nas vésperas de feriados, as UTI's neonatais ficam lotadas de bebês que necessitam de cuidados especias porque ainda não estavam prontos para viver fora das barrigas de suas mães. 

Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, públicos e particulares, são obrigados a:
V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a permanência junto à mãe.

Muitas mães e pais, aguardam mais de três horas para poder ficar com o bebê que acabou de nascer. Esse momento único, nunca mais acontecerá em suas vidas. Aqui em nossa cidade, na maternidade pública, o pai é visita. ele não pode permanecer ao lado de seu filho e apoiar o início da amamentação e aprender os primeiros cuidados com o bebê. Os pais são admitidos apenas no momento em que o bebê nasce, depois são tratados como visitas e devem respeitar os horários estabelecidos pela instituição. 
Podemos escolher o cenário de nascimento dos nossos bebês. E se compararmos bem, tenho certeza de que a escolha será diferente.


 Seu filho pode nascer e ser acolhido assim...








                                                                            ou assim.




Você tem escolha, ele também. Pense nisso.

2 comentários:

Mirella disse...

Oi cristiane, gostaria de conversar mais com vc sobre sua experiencia como Doula. Vc pode me passar seu email? Muito obrigada, Mirella.

Cristiane Tarcinalli Moretto Raquieli disse...

Mirella, pode entrar em contato pelos telefones do blog ou através do e-mail craquieli@yahoo.com.br