quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Meu amadurecer através das gestações

Eu tinha 20 anos em minha primeira gestação. Foi uma gravidez desejada e acolhida. Éramos jovens, mas sabíamos o que queríamos, e juntos nos preparamos para este primeiro nascimento. Uma série de fatores me levaram a uma cesárea frustrante. Imaturidade, confiança em meu médico, falta de conhecimento e de empoderamento. Foi muito difícil ser levada para uma cesárea,foi angustiante ver meu braços amarrados, chorar durante o nascimento de minha 1ª filha, a Camila, e mal poder vê-la. Sofrer com muitas dores,pouco leite e muita decepção. Em minha segunda gestação, dois anos depois, foi muito mais fácil, sabia o que desejava para mim, e sabia que deveria permanecer longe dos cesaristas, por isso mudei de obstetra no oitavo mês de gestação. Ele me respeitou, esperou o meu tempo e o amadurecimento da minha filha. Tive um parto tranquilo, com contrações que inicaram na madrugada do dia 1º de julho e foram ficando mais intensas ao amanhecer. Lá pelas seis da manhã, fomos para o hospital, onde já cheguei com 6 cm de dilatação, depois foi só deixar a natureza tomar conta da minha vontade e do meu corpo, e depois de apenas 5 horas de TP, nasceu a Amanda, linda, super saudável. Na minha terceira gestação, continuei com o mesmo obstetra, cheguei até a 41ª semana sem entrar em trabalho de parto, então resolvemos induzir, foi super tranquilo também. Cheguei na maternidade por volta de 5 horas da manhã e a Carol nasceu às 11:15, chorona, linda e perfeita. Adorei as experiências anteriores, e seis anos depois, resolvi tentar novamente. Agora com mais de 30 anos, muito mais amadurecida e decidida. Tive o melhor parto de minha vida. Comecei com sinais de parto numa sexta-feira, 4 de janeiro. Depois de ser examinada por um médico, fui para casa e passei o dia normalmente. No dia seguinte, ainda com contrações leves, arrumei minhas coisas, deixei as crianças na casa da minha mãe e passei o dia fazendo exercícios e respiração de relaxamento. Ao amanhecer do dia 6 de janeiro, estava com contrações acada 5 minutos, mas em minha casa. Decidimos ir para a maternidade. Cheguei lá com 4 cm de dilatação, fiquei caminhando um pouco. Eu havia passado por momentos de muita ansiedade, pois o médico que deveria me atender em lugar do meu que estava de férias, também havia viajado. Então fui atendida pelo médico de plantão, e minhas contrações deram uma parada. Fiquei assim até umas 14:00, quando o TP começou de novo pra valer, lá pelas 17:00, nasceu a Luísa, que mamou ainda na sala de parto, e ficou aconchegada a mim desde o primeiro momento. Pra mim, a maior lição de todas, é que construímos o nosso parto, decidimos como vamos deixar que ele se encaminhe. Temos que ser firmes, decididas. Conhecermos o nosso corpo, os nossos instintos, e quando o TP começar, entregar-se e deixar que a natureza se apodere da gente, se envolver naquele transe maravilhoso e deixar que nossos filhos nasçam como têm direito.

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