domingo, 10 de maio de 2015

"Eu só me sentia um saco de presente vazio..."

A chegada de um bebê, é um momento intenso e cheio emoções e significados. É muito lindo ver o vínculo que se estabelece quando mãe e filho se encontram, olho no olho, pela primeira vez. Mas, algumas vezes, isso não é possível. A minha homenagem nesse dia das mães, é para todas aquelas mães que não puderam tocar, acalentar e amamentar os seus filhos logo que nasceram. Não ouso tentar imaginar o que elas sentiram, ao invés disso, deixo que elas falem da experiência de ser uma mãe de UTI. Parabéns a vocês que tiveram uma experiência muito mais difícil e desafiadora do que parir. Meu respeito e admiração a todas as mães que precisaram de esperar bem mais do que uma gestação, para levarem seus bebês para casa.

Maria Cristina e Cauê.
Acabei de ler uma reportagem, que contava a história de uma mãe que, após oito anos tentando, conseguiu engravidar e ter seu filho. Contudo, o filho chegou prematuramente e precisou dos cuidados da UTI Neo. A mãe diz assim “eu queria pegar, cuidar, amamentar, mas toda hora alguém vinha interferir. É muito ruim. Não desejo isso para ninguém”.
É exatamente isso.
Antes de o Cauê nascer, a palavra UTI remetia à ideia de cuidados médicos que evitassem a morte. Depois dele, eu passei a entender que UTI também tem o objetivo de cuidados para possibilitar a vida. É paradoxo. Além disso, o mesmo local em que se cuida da criança é o local que te afasta dela.
Embora eu já tenha contado o nascimento do Cauê várias vezes, quase sempre da mesma forma, eu nunca parei para pensar muito no que eu sentia enquanto ele estava lá, na UTI. Eu só me sentia um saco de presente vazio, essa é a primeira lembrança. É estranha essa comparação, mas saber que eu tinha carregado ele aquele tempo todo, que ele foi tirado subitamente, afastado de mim e, sozinho, não conseguiu suportar com os cuidados comuns, muitos tão desnecessários, precisando que tais cuidados fossem ainda mais intensivos, ficando ainda mais afastado de mim, do pai, acaba tirando a cor desse evento todo. Os dias dele na UTI são cinza em minha memória até hoje. A sensação era de que eu era mãe somente enquanto estava ali dentro, naqueles parcos e monitorados minutos. Saindo dali eu era avulsa, vazia, sem razão de existir. E, ao mesmo tempo, eu tinha que me manter viva e lúcida para poder recepcioná-lo quando ele saísse daquilo tudo.
Ainda que para muitas pessoas, seis dias, cinco na UTI, pareça pouco, para mim foi uma eternidade. Minha vida foi totalmente dividida, reavaliada, modificada por esse pouco tempo. Afetou todas as minhas relações, até mesmo religiosa, aquele período que parece tão curto. Muitas das atitudes dele hoje, para mim, intuitivamente, foram formadas naquela época. Justamente por isso, por algum tempo eu evitei pensar no que ele sentiu ali, cuidado, monitorado e sozinho. E só consegui ter noção quando peguei o prontuário dele e li que, à noite, ele chorava copiosamente, sem ninguém para acalentá-lo, para pegar no colo e, por isso, era colocado de barriga para baixo, para conseguir algum aconchego. Como ler isso e, até hoje, impedir que as lágrimas corram?
O meu medo era de que ele não me reconhecesse, não soubesse meu cheiro, meu toque, minha voz. Ele foi tão desejado, planejado, aguardado por mim que a remota possibilidade de não ser reconhecida por ele era um medo assombroso e devastador. Esse medo só foi embora no momento em que ele reconheceu a minha voz, um dia depois de ter sido colocado no meu peito para tentar mamar.
Ainda é difícil lidar com isso...mesmo após quase cinco anos, pensar nisso tudo dói.
 
Maria Cristina



Isabel e Nicole



Estava na praia, curtindo o réveillon em família e comecei a sentir dor de cabeça. Uma dor que não passava, apenas amenizava com remédio para dor. Sou hipertensa e estava tomando o remédio direitinho, então achava que a tal dor de cabeça tinha a ver com uma noite mal dormida, um torcicolo. Não quis ir ao hospital, pois o sistema de saúde lá na praia é extremamente precário. Tinha muito medo de ser internada e ficar por lá. Então, resolvemos voltar para nossa cidade natal e ir ao hospital. Eu acabava de completar 33 semanas de gestação, ainda tinha um “bom” tempo até a data provável do parto.Tinha certeza que a médica me receitaria uma dose maior do remédio da pressão, me passaria um remédio para a dor e seria liberada, mas Deus não quis assim.
A médica disse que eu já estava tomando a quantidade máxima permitida do remédio da pressão, que seria necessário pedir alguns exames (sangue, urina e cardiotocografia) para tentar descobrir de onde vinha essa dor de cabeça, já que tínhamos duas hipóteses: a hipertensão e o torcicolo. O sangue e a urina foram colhidos devidamente e eu aguardava para fazer o exame de cardiotocografia. Durante esse exame, o aparelho monitora os batimentos cardíacos do bebê e nós devemos apertar um botão a cada movimento, mexida, do bebê. Enquanto aguardava para fazer esse exame, eu e meu marido conversávamos sobre diversas coisas, inclusive sobre a possibilidade de ficar internada até a possível data provável do parto. Resolvemos parar de criar e imaginar essas possibilidades improváveis (na verdade ele me fez parar de falar sobre isso... rs). Fui para a sala do exame. Estava tudo indo bem até que o aparelho começou a apitar, os batimentos cardíacos da Nicole começaram a cair e ela não se mexia. Percebi que as enfermeiras ficaram impacientes, agitadas e eu sem saber o que estava acontecendo, comecei a chorar. As enfermeiras me pediram para parar de chorar e ficar calma; fizeram alguns procedimentos para ver se a Nicole reagia e nada. Chamaram a médica. A médica fez mais alguns procedimentos e nada da bebê reagir. A médica disse então que teríamos que ir para o centro cirúrgico, que eu iria para uma cesárea de urgência. Eu chorava muito, a médica disse que precisava de minha ajuda e que eu ajudaria ficando calma. O clima estava tenso, aterrorizante. Foi difícil, fiquei sem reação, sem saber o que fazer, mil coisas se passavam na minha cabeça. Procurava apenas respirar e me acalmar.
Meu marido esteve comigo o tempo todo no hospital, mas não pode acompanhar os exames e a cesárea. Ele me acompanhou da porta da sala do exame até a porta do centro cirúrgico. Dizia-me que estava tudo bem, eu achei loucura e pensei: “Ele não sabe o que esta acontecendo.” (depois descobri que ele não sabia mesmo... rs). Ele tentou passar tranquilidade para que eu pudesse me acalmar, mesmo sem saber o que de fato acontecia.
Em questão de minutos minha filha veio ao mundo com vida, graças a Deus.  
Ocorreu tudo bem com a cesárea, mãe e filha passavam bem. Vi a minha filha com uma certa distancia, ela chorava muito e parecia mais roxinha que o normal. A pediatra confirmou: “É uma menina mesmo!”. E disse que precisava levar minha filha para fazer os primeiros cuidados. Lembro que acompanhei com os olhos cada passo da pediatra, queria ver para onde ela levaria minha filha que chorava, conversei com Deus nesse momento, pedi para que Ele continuasse a cuidar de minha filha, já que o colo acalentador da mãe, ela não podia ter naquele momento. Quando a pediatra passou pela porta, percebi que minha filha havia parado de chorar, ficou um silêncio, parecia que a pediatra tinha levado minha filha para muito longe de mim. Eu ainda estava no centro cirúrgico quando a pediatra voltou para contar que minha filha teve uma parada cardíaca e que precisou ser “entubada” e levada para a UTI. Hoje acredito que foi esse o motivo do silêncio.  
Algumas horas depois fui para o quarto, sem minha filha na barriga e sem minha filha no colo, que coisa esquisita, que vazio. Mas encontrei meu marido – o otimista... rs, foi lindo ver a felicidade dele. Ele contou que viu a nossa Nicole e disse: “Mor, ela é linda. Branquinha e cabeluda.”. Contou que a Nicole estava dentro de uma incubadora e estava sendo levada para a UTI. A pediatra só falou pra ele que nossa filha precisava de cuidados especiais. A psicóloga passou no quarto para conversar comigo e explicar a importância da presença da mãe na UTI para a evolução do bebê, pediu para que eu a tocasse e conversasse o máximo possível com nossa filha.
Após oito horas do nascimento da Nicole, eu e meu marido fomos realmente conhecer e ver de perto a nossa filha! Eu estava aflita, não sabia com o que iria me deparar, afinal não fazia ideia do que era uma UTI.
Para entrar na UTI são necessários alguns procedimentos básicos, lavar bem as mãos, braços, vestir uma roupa apropriada, desligar o celular, etc. Todo protocolo feito, entramos. Lá estávamos nós, diante daquela caixa de acrílico, nossa filha lá dentro, cheia de fios, canos e aparelhos. Mais uma vez eu fiquei sem reação, sem saber o que fazer, com mil coisas passando na cabeça. Que alegria ver a nossa filha, mas que tristeza não a ter em mãos. Chorei, chorei demais. Diferente de mim, meu marido – o otimista, sorria... rs. E quando ele descobriu que ela tinha o furinho no queixo igual o dele, ai ele transbordou de alegria. Ficamos ali alguns minutos babando em nossa pequena! Nicole nasceu pesando 1,830kg e com 42,5 cm. Essas eram as únicas informações que tínhamos. Era meia noite, e as enfermeiras não podiam nos dizer nada além disso. O boletim médico, informações sobre o desenvolvimento e evolução do bebê, era passado uma vez por dia somente pelo médico, normalmente por volta das onze da manhã, então para saber mais detalhes sobre nossa filha precisávamos esperar o dia seguinte.
No dia seguinte fomos visitar a nossa filha. Recebemos novas orientações: podíamos visitar a nossa filha a qualquer hora do dia, mas tínhamos que avisar a equipe e aguardar liberação; se algum bebê estivesse passando por algum tipo de procedimento não poderíamos ficar na UTI. A médica que conversou conosco não foi a mesma que pegou a Nicole na hora do parto, mas foi uma médica muito delicada, calma e paciente, que com o tom de voz mais suave que eu já ouvi, disse: “A Nicole foi um milagre, um anjinho te mandou para o hospital na hora certa.”. Chorei (isso não é novidade, né). Nossa filha passou por alguns exames e não foi encontrada nenhuma anormalidade. A nossa maior dúvida era: até quando ela ficaria na UTI. A médica explicou que a Nicole saiu da barriga sete semanas antes do esperado e que esse seria o prazo mínimo que ela deveria ficar, mas que poderia ser reduzido se tudo ocorresse bem. A meta era aprender a respirar sozinha. O dia passou, algumas pessoas foram nos visitar, mas não conheceram a nossa Nicole. Isso era esquisito demais. Nossa filha tinha nascido e ela não estava conosco. Normalmente quando um bebê nasce e vamos fazer a visita no hospital, nós vemos a mãe, o pai e o bebê, mas no nosso caso, as visitas não podiam nem chegar perto da porta da UTI.
Mais um dia se aproxima e recebemos a notícia: mamãe teve alta do hospital. E agora, o que faríamos? Que confusão mental, eu acabo de ter uma filha e vou embora sem minha filha no colo. Nunca imaginei que viveria isso. Fui orientada sobre a amamentação, isso mesmo: amamentação, eu deveria criar o hábito de ordenhar o meu leite de três em três horas, para estimular a produção do leite. De preferência deveria fazer a ordenha no hospital, pois assim ajudaria na evolução da milha filha, ela receberia o meu leite e não a fórmula (leite em pó).
Fomos embora, sem nossa filha, mas com a esperança de que em breve isso seria diferente. Não recebi nenhuma orientação em relação à cesárea e pós-parto, foi apenas reforçada a importância da presença dos pais na UTI. Nos primeiros dias meu marido ia comigo, eram no mínimo três visitas por dia. Quarentena e repouso só na teoria, minha filha precisava de mim e eu precisava estar lá. Ela se alimentava por sonda, respirava com ajuda de aparelho e tinha seus batimentos cardíacos monitorados durante as vinte e quatro horas do dia. Uma das visitas fazíamos sempre próximo do horário do boletim médico para saber a evolução da nossa filha, até que num dia atípico, desencontramos da médica e então decidimos não perguntar sobre a evolução da Nicole por alguns dias, pois chegava a ser frustrante. Não sei se era pra agradar ou se era por falta de novidades, mas os médicos eram sempre otimistas, diziam que programavam retirar o tubo de oxigênio, mas na visita seguinte sempre tinha uma notícia não muito boa. Nicole precisou tomar banho de luz por conta de uma icquitiricia e precisou também tomar antibióticos por conta de uma pneumonia. Passamos a visitar a Nicole sem receber o boletim médico. Passamos a olhar a nossa filha com outros olhos, curtíamos cada movimento, cada posição, cada soninho gostoso. Inesquecível a primeira vez que ela abriu os olhos, ela conhecia a nossa voz. Chegávamos lá e muitas vezes ela despertava do sono, ouvia as nossas histórias, nossas orações e voltava a dormir. Ficava com o coração apertado quando a ouvia chorar, ainda bem que foram poucas vezes. Por estar com o tudo de oxigênio não ouvíamos o som, somente a expressão do rosto. Eu chorava junto, mas o papai – o otimista... rs, dizia: “Deixa ela chorar, faz bem. Abre o pulmãozinho dela.”. Sabia que se eu pudesse pegar ela no colo, provavelmente ela se acalmaria, mas não podia.
Os cuidados que as enfermeiras tinham com nossa filha foram de extrema importância para a evolução da Nicole. Algumas tinham até um carinho maior. Era nítido ver a diferença com que tratavam os bebês... normal, né... rs. Elas diziam que a Nicole não era chorona, mas não parava quieta. Precisaram trocar o sensor dos batimentos cardíacos algumas vezes, pois a Nicole se mexia tanto que deixavam de funcionar. Nicole também tentava tirar o tubo de oxigênio, nós presenciamos essa cena algumas vezes e em uma dessas vezes o médico estava junto e disse: “Se você tirar esse tudo, eu não vou colocar de novo e você vai ter que se virar.”... rs. Foi uma forma de descontração, sabíamos que ela ainda não estava preparada para respirar sozinha. 
Papai precisou voltar para o trabalho, para nossa casa, para a rotina. Me vi sem chão, como viveria sem meu otimista por perto, como viveria sem minha família. Minha filha na UTI e meu marido longe. Papai conversou muito com a Nicole. Lembro que a enfermeira disse: “Isso mesmo, conversa bastante com ela, porque eu quero tirar esse tubo hoje.”. Chorei muito quando o papai foi embora, mas ele pediu para eu ser forte. Nesse dia, era quase onze da noite e eu senti que deveria ir ao hospital, nunca tínhamos ido tão tarde assim. Fui sozinha, foi minha primeira visita sem o papai por perto. Para minha surpresa, uma notícia maravilhosa, Nicole estava sem o tubo de oxigênio. Chorei muito, muito mesmo. Deus ouvia nossas orações e a Nicole ouviu o papai... rs.
Dez dias depois do nascimento da Nicole, finalmente posso segurar minha filha no colo. Novamente, fiquei sem reação, sem saber o que fazer, mil coisas se passavam na minha cabeça. Uma alegria enorme tomou conta do meu coração, mas junto senti um medo, a Nicole ainda estava com alguns fios e canos. Chorei demais, chorei de alívio, alegria e tristeza. Queria fazer mais pela minha filha. Conversei muito com Deus e agradeci cada detalhe, cada cuidado. Minha filha estava se saindo bem. A guerreira estava vencendo! As visitas passaram a ser mais intensas, pois eu podia ficar com ela no colo.
Após treze dias na UTI, uma nova notícia. Nicole foi transferida para a UTI semi-intensiva. Lembro que recebi a notícia na recepção do hospital e lá mesmo comecei a chorar de felicidade. Fui chorando de lá até a semi-intensiva. Novas instruções de como eram as visitas e procedimentos para entrar, novas enfermeiras e nova meta: aprender a mamar e ganhar peso. Nicole ainda usava a sonda para se alimentar, mas estava sem os aparelhos e vestiu a sua primeira roupinha. Minhas visitas passaram a ser únicas, eu só ia embora para dormir. Fazia tudo por ela e pra ela. Começaram as orientações práticas em relação à amamentação. Já não precisava mais pedir permissão para pegar minha filha no colo, a cada chorinho eu podia acalmá-la junto de mim. Papai voltou e encontrou sua filhinha fora da incubadora pela primeira vez. Todo medo que ele tinha de segurar um recém-nascido desapareceu, ele pegou a Nicole no colo, ele conversava com ela e ela, com os olhos bem abertos, prestava bastante atenção. Foram apenas dois dias com papai por perto, mas foram dois dias importantes para a evolução da nossa bebê e para dar força para a mamãe.
 Nicole com dezenove dias estava liberta de todos os apetrechos, tiraram a sonda. Mamou em meu seio pela primeira vez. Colocar ela no peito para mamar foi uma benção. Como todo começo, tivemos um pouco de dificuldade, mas conversamos muito; eu, Nicole e Deus, e tudo correu bem. Nicole aprendeu a mamar, mas não ganhava peso o suficiente. Foi necessário fazer a relactação. Enquanto eu amamentava, precisava colocar uma sonda pelo canto da boca com leite extra. Contar com a ajuda das enfermeiras foi fundamental, já que não era um trabalho tão simples assim. A sucção feita no seio estimulava a produção do meu leite e o leite extra ajudava no ganho de peso. Sabia que o fim se aproximava e que em breve estaríamos em casa.
Após sete dias na UTI semi-intensiva, Nicole foi transferida para o quarto, a meta agora era apenas: ganhar peso. Passamos a primeira noite juntas, só eu e ela. Eu acordava varias vezes na noite pra ver se ela estava bem. Na manhã seguinte, um choque: Nicole perdeu peso. A regra do hospital era mamar de três em três horas, mas a Nicole estava um pouco preguiçosa. A informação foi reforçada: ela precisa ganhar peso para ir embora. Chorei um pouco, precisava ser forte para vencer. Graças a Deus, papai voltou e nos ajudou nessa batalha. Colocávamos o relógio para despertar e acordávamos a Nicole, fazíamos de tudo para que ela mamasse direitinho.
Com vinte e três dias de vida, após toda a luta vencida, todas as metas atingidas, fomos liberadas para ir embora. Com 43 cm e pesando 2,015 kg Nicole venceu em nome de Jesus! Seremos eternamente gratos pela equipe do hospital e UTI Neo, cada cuidado valeu a pena. Agradeço ao meu marido, que quando perto me colocava pra cima e quando longe conseguia fazer o mesmo. Obrigada papai pela paciência e amor dedicado. Não foram dias fáceis, mas foram suportáveis porque contamos com a ajuda de pessoas especiais, porque aprendemos que quando passamos por momentos difíceis em nossas vidas, devemos apenas colocar esses momentos nas mãos de DEUS e confiar!!


Quem são:
Isabel e Regis (e todos os familiares) são de Jacareí – SP. Estão morando em Araraquara – SP há seis anos. No final de 2013 foram para São Sebastião – SP curtir o réveillon em família.
Nicole nasceu em Jacareí – SP no dia 03 de janeiro de 2014. Hoje está com 1 ano e 4 meses. Isabel ainda amamenta Nicole. Mãe e filha aproveitam todo o tempo que têm para curtir esse prazer, já que Isabel trabalha o dia todo e a Nicole fica na escolinha.
Isabel gostaria de ter tido um parto natural, normal. Não fazia muitos planos, apenas pensava: “minha filha vai nascer na hora dela.”. Hoje acredita que deveria ter feito um acompanhamento melhor no pré-natal por conta da hipertensão. Não descarta a ideia de um dia parir, mas não pensa no segundo filho... hahaha
Regis é um pai babão. Adora levar a filha para aventuras. Não gosta de ver a Nicole chorando, acredita que o pulmão já está bom... hahaha

Isabel



Gabriela e Miguel



O meu filho nasceu no dia 18.04.2015 às 7:53 horas, quando eu ainda estava com 36 semanas de gestação e tive que fazer a cesárea, pois, por alguma razão ocorreu a diminuição de líquido da amniótico, e como resultado o Miguel já vinha sendo prejudicado, uma vez que além dos riscos naturais possíveis, passou a não se desenvolver a contento, deixando de ganhar o peso necessário para àquela semana. Toda a minha gestação transcorreu na mais absoluta tranquilidade, tendo sido realizados todos os exames necessários de acompanhamento, cujos resultados todos, divulgados pelo médico como normais, sem qualquer sobressalto. Enfim, fui internada na madrugada do sábado, dia 18 de abril e na manhã, às 7:53 horas, o Miguel nasceu. Logo que ele nasceu não pude ouvi-lo chorar, apenas um breve resmungo, e fiquei assustada! Mas, o Mauro, meu marido, paizão, começou a falar como ele, e dizia: Chora filhão, chora, você nasceu cara..., chora para o papai ouvir, e, de repente ele chorou por alguns instantes! Lindo..., e então chorei junto dele!! Na sequência a médica pediatra me disse que estava tudo bem e que o Miguel respirava direitinho e os seus batimentos cardíacos também estavam normais, quando o colocaram na incubadora e logo depois fui levada para o quarto, mas antes pedi para que o Mauro não saísse do lado dele. Passados uns 30 minutos, soube que ele teve uma queda glicêmica severa, seguida de uma parada respiratória. Meu marido acompanhou tudo de perto até o momento em que ele foi retirado do lado do Miguel que estava com nível de saturação muito baixo e praticamente desfalecido. Graças a Deus foi prontamente atendido, quando foi entubado e transferido para a UTI do Hospital. Fomos tomados no momento por absoluta angustia e desespero, como se o chão tivesse saído debaixo dos nossos pés. Meu filho ficou internado durante 15 dias na UTI, ligado a aparelho que o ajudava respirar e tomando antibiótico para cuidar de uma infecção que aduziram ter sido adquirida ainda no interior do meu útero. Durante todos esses dias estive com ele em todos os momentos possíveis e que me foram permitidos. “Que delícia era poder estar por àquela meia horinha todos os dias com meu filho” meia hora de manhã e meia hora à tarde e meia hora nos finais de semana. No dia 27.04 “ele saiu dos aparelhos respiratórios” e na manhã do dia 02.05, recebi uma linda notícia, a de que o me filho havia recebido alta da UTI e iria para o quarto. Desde então, não retornei mais para nossa casa e agora estou aqui no hospital, no quarto com o meu MIGUEL, lógico, com o apoio de toda minha família e na companhia diária da minha mãe (Mara) e do meu marido (Mauro) que vem todos os dias de Ibitinga aconchegar um pouquinho o nosso Príncipe. Na luta do dia a dia, estamos vencendo todas as suas etapas e haveremos de vencer a guerra com dignidade, porque esta é a vontade de Deus. Hoje ganhei o meu presente do Dia das Mães, AMAMENTEI MEU FILHO DE VERDADE, NOS MEUS SEIOS e consegui deixa-lo por pelo menos 20 minutos mamando deliciosamente. Agora estamos contando os dias para irmos para casa e vivermos mais intensamente essa paixão, a de SER MÃE, a de ser MÃE DO MIGUEL!! Quero aproveitar esse espaço e agradecer primeiramente a DEUS pela Vida, Cura e Perfeição do meu Filho, que foi totalmente restaurado em nome do Senhor Jesus Cristo. Amém. E através do Miguel, Projeto de Deus nas nossas vidas, que eu e meu marido encontramos o seu caminho. Agradeço também o meu marido (Mauro) pelo apoio, carinho, paciência, e por ser o grande Pai que eu não conhecia. Agradeço toda minha família, que ficou mais linda e unida em oração depois do nascimento do Miguel. Obrigada IRMÃ IVETE por suas orações e, que através da minha Irma Rebeca, nos ajudou a enxergar o quão grandioso e gratificante é a Fé e que devemos Crer para Receber. Agradeço, minha Doula, que em todos os momentos que precisei, sempre me acolheu de forma intensa. O meu muito obrigada para todos os médicos e enfermeiras que cuidaram do meu filho na UTI e também a todas as enfermeiras, que são como mães do meu filho, e médicos que estão cuidando do Miguel agora no hospital. OBRIGADA MEU FILHO, MIGUEL, POR TRANSFORMAR-SE DE ANJO EM HOMEM E TRANSFORMAR TAMBÉM A MINHA VIDA E A DO SEU PAI! VOCÊ É GUERREIRO, VENCEDOR, LINDO, ORGULHO DA MAMÃE. TE AMO FILHO!! Esse é meu relato, e tenham certeza, depois que sairmos desse hospital, escreverei exatamente o que senti todos esses dias. FELIZ DIA DAS MÃES PARA TODAS AS MAMÃES E QUE O SENHOR CONTINUE ABENÇOANDO TODOS NÓS! AMEM.

Gabriela


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